Dicas para redução de consumo de água na agricultura

quinta-feira, Janeiro 7, 2016

Uso informações de estações climáticas, sensores de solo para verificar a retenção de água e priorização da irrigação localizada e por aspersão são algumas das medidas que podem ser adotadas nas plantações

 

Diante das críticas que recaem sobre o agronegócio como um dos grandes responsáveis pelo desperdício de água durante esta crise hídrica, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) está orientando produtores sobre métodos que reduzem em até 50% o consumo de água.

De acordo com o órgão, no Brasil a agricultura irrigada ocupa 6,7% da área plantada e responde por 20% da produção de alimentos. Somente em nosso Estado existem 600 mil hectares de plantações que fazem uso de irrigação. Diante destes números, o coordenador Técnico Estadual de Irrigação e Recursos Hídricos da Emater-MG, João Carlos Guimarães, afirma que o manejo correto da irrigação é fundamental para que a captação de água seja realmente a necessária para cada cultura.

Para isso, o primeiro passo é obter informações precisas sobre o clima e o solo de cada região, o que auxiliaria na hora de estabelecer a quantidade e o momento exato para irrigar. Caso a plantação esteja distante de uma estação climática, a aquisição de uma estação climática automatizada por um grupo de agricultores também pode ser uma boa solução.

Outra alternativa apontada pela Emater é o sensor de solo, dispositivo que informa o teor de umidade retida pelo solo. Este equipamento torna possível a redução de até 20% da quantidade de água utilizada.

A empresa também dá dicas sobre a utilização de sistemas de irrigação adequados para cada tipo de cultura. “A irrigação localizada é a mais econômica. Ela é indicada nas áreas de produção de hortaliças, frutas e café”, explica João Carlos. A irrigação localizada pode ser tanto por gotejamento como por microaspersão, que são feitas próximas aos pés das plantas e aplicando água em pequenas quantidades.

No gotejamento, a água é disponibilizada por intermédio de mangueiras com pequenos furos que ficam espaçadas pela lavoura, junto às fileiras de plantas. Com este método, segundo o coordenador, a economia pode chegar a até 50% em relação aos métodos convencionais. Já o uso de microaspersores reduz a quantidade de água utilizada entre 25% e 30%.

Já quando a cultura exige uso do sistema de aspersão convencional – plantio de grãos, por exemplo – a recomendação é utilizar equipamentos como os aspersores de baixa precipitação, que ajudam a controlar a vazão e permitem que a irrigação ocorra mais rente ao solo, o que reduz a dispersão da água pelo vento e evaporação.

 

A agricultura no Estado

 

Ainda de acordo com a Emater, em Minas Gerais a maior parte das áreas irrigadas está no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste, com as lavouras de grãos e café. No Norte de Minas, destaca-se a produção de frutas e hortaliças, principalmente nos projetos Jaíba e Gorutuba, onde a irrigação localizada (gotejamento e microaspersão) é a mais utilizada.

Já no Sul de Minas, a produção de morango é irrigada por gotejamento. Nos municípios do entorno de Belo Horizonte, há uma grande produção de hortaliças. Boa parte dos agricultores utiliza a irrigação localizada. As áreas irrigadas necessitam de outorga (autorização) para uso da água. No caso de Minas Gerais, ela é concedida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Se a água utilizada é de algum rio de domínio da União, a outorga é concedida pela Agência Nacional de Águas (ANA).

João Carlos destaca a importância da irrigação para a oferta de alimentos e aumento da produtividade na agricultura. “Com a irrigação é possível produzir mais, em uma mesma área, evitando o desmatamento e a abertura de novas frentes de produção”, informa.

Ele lembra ainda que boa parte da água utilizada para irrigar as lavouras retorna para o meio ambiente, já que uma quantidade é absorvida pela planta, outra evapora se tornando chuva posteriormente e o restante infiltra no solo e retorna para o lençol freático. "Em algumas culturas, a retenção da água é muito baixa. Os grãos consumidos, por exemplo, têm apenas 3% de umidade. Ou seja, a maior parte retorna ao ambiente”.

 

Fonte: http://www.otempo.com.br/cidades/emater-d%C3%A1-dicas-para-agricultores-reduzirem-consumo-de-%C3%A1gua-em-at%C3%A9-50-1.988614

 



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